terça-feira, novembro 29, 2005

 
Dueto II

Por onde saiu? Sairemos os dois, repletos de nós por todos os lados, procurando algo que deixamos bem guardado. Esqueci. Disso eu me lembro muito bem. Não quero saber de nada que não diga respeito a nós, do jeito que somos e do jeito que iremos ficar. Parado não. O movimento. Iniciou faz muito tempo. Se éramos mais puros? Não importa. Quero de pouco, mas tudo.

Escute, antes que a gente pense em calar: cavalares ondas do rio-pânico atravessam o oceano e sopram, sopram, sopram. Deixa sangrar.

(torquato neto)

terça-feira, novembro 15, 2005

 
Dueto I

De onde vim e para onde vou. Não importa. Sei que voltarei. Um dia eu vim para ficar só o tempo necessário. Mas que tempo é esse? O tempo de encontrar e voltar. Quem? O que? Pra que? Quando? Como? Por que? Ainda não é hora de responder. É hora de ficar um pouco mais.

O dia seguinte de repente antes do sim. Não faco a menor questão de fazer sentido. Basta o meu amor redivivo.
Escutem antes que todos se calem. Não prestem a mínima atenção ao que eu diga. Mas, por favor, não me esqueça. Não se esqueça de mim, não desapareça. Deixa que eu conto: três, dois, um, zero.


(torquato neto)

terça-feira, novembro 08, 2005

 
E eles tentaram se beijar. No meio da noite, enquanto dançavam. Não há muito o que se dizer. Talvez a inveja ou o ciúmes. Ou mesmo ambos. A confiança cega. Eu digo que naquele parque existe uma mulher que segura um cachorro pela coleira. Não digo os nomes. Nunca acreditariam em mim. Você não vê nada. Eu não posso te dizer isso. Escute quem bem você quiser. Eu te contarei exatamente aquilo que você deixou de ver. Pode existir calor na sombra. O sol não protege ninguém. As pessoas podem mentir. Você não. Você pode apenas esquecer. E eles tentaram se beijar. No meio da noite, enquanto dançavam.

quinta-feira, novembro 03, 2005

 
just your ice
burning white
my winter eyes
(aching!)


apenas seu gelo
queimando brando
meus olhos
invern(ais!)

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