segunda-feira, outubro 31, 2005

 
Esta mão é minha, você só precisa segurá-la e me ouvir. Vou te contar coisas sobre edifícios, cartazes, carros, filmes e batons. Continue segurando. Preste atenção. Acordei feliz. Pensava em você e achava que poderia ter um dia perfeito. Ou ao menos suportável. Via placas, paisagens e estradas pela janela. Não ousei olhar para dentro. Não vou deixar você cair.

sábado, outubro 29, 2005

 
Tem horas em que nos deitamos no chão. Talvez para ficar mais perto. Ou mais longe. Enxergar algo. Escondido. Não sei. Em alguns momentos nos deitamos diretamente no chão. Tapetes, colchões, carpetes, pedras, tacos. Não. Nada. O chão apenas. Você também vem?

sábado, outubro 22, 2005

 
chovia na praia, enquanto ela andava de lá para cá chorando, sem saber ao certo para onde ir. na verdade, já chorava antes mesmo da chuva. algumas horas antes estava nadando em alto mar, um passeio de barco que começou numa manhã ensolarada e terminou ao meio-dia, quando já garoava e o vento frio levava para longe a idéia de um verão. agora chovia. ela chorava. lembrava-se da distância que parecia aumentar, quando ficava parada, boiando ao sabor das marolas. a impressão de que não mais alcançaria o barco. porto seguro. mínimo ponto impreciso resistindo a todo aquele oceano. na volta à terra o vento soprava frio. agora chovia. sentada com a cabeça entre os joelhos ela chora. não percebe que ele se aproxima trazendo uma toalha (molhada, pois chovia). ajoelha-se ao lado dela. silêncio. nada é dito. só então ela nota a presença dele. então, com o rosto molhado (chovia e chorava), ela diz: "eu queria saber como é a saudade dos peixes"

segunda-feira, outubro 17, 2005

 
Ela mal chega e já pede aspas. Não é assim não. Aviões disparam rumo ao céu azul. Desbotados céus e aviões. Cruzam minha janela desde o dia em que. Intrometida. Não é tão simples assim. Anos e anos azeitando. E não venha me dizer que não sou romântico. Romantizo tudo. E todas. Toadas e loas. Caiu na área já era. Depois pode ir dando linha. Furioso. Pelas injúrias a mim acometidas. Carregando. Quem é você que só sabe o que diz?

terça-feira, outubro 11, 2005

 
Você tranqüila. Tomou chá. Comeu salada, prato principal e sobremesa. Dormiu no banco de trás. Ria de coisas simples. Nomes, pessoas e lugares. Colocou a mão sobre meus olhos, entre os óculos. Dançamos na festa. Sentada ao meu lado. Segurou minha mão. Rimos. Dias e noites. Estamos deprimidos?

terça-feira, outubro 04, 2005

 
PENSANDO EM YEHUDA

Duas crianças pequenas (um menino e uma menina) brincam em um rio estreito, de águas claras e límpidas. O fundo de pequenas pedras arredondadas e brancas. Os dois vestidos de camiseta e bermuda caminham (rindo ridentes) contra a correnteza. Para depois descerem boiando (derridentes) até se agarrarem e pararem a descida naquele galho enorme que desce sobre a água (é preciso falar da luz neste momento. repousando no horizonte. deixando o dia para já entrar na noite. sem avisar as crianças).

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