sábado, outubro 22, 2005
chovia na praia, enquanto ela andava de lá para cá chorando, sem saber ao certo para onde ir. na verdade, já chorava antes mesmo da chuva. algumas horas antes estava nadando em alto mar, um passeio de barco que começou numa manhã ensolarada e terminou ao meio-dia, quando já garoava e o vento frio levava para longe a idéia de um verão. agora chovia. ela chorava. lembrava-se da distância que parecia aumentar, quando ficava parada, boiando ao sabor das marolas. a impressão de que não mais alcançaria o barco. porto seguro. mínimo ponto impreciso resistindo a todo aquele oceano. na volta à terra o vento soprava frio. agora chovia. sentada com a cabeça entre os joelhos ela chora. não percebe que ele se aproxima trazendo uma toalha (molhada, pois chovia). ajoelha-se ao lado dela. silêncio. nada é dito. só então ela nota a presença dele. então, com o rosto molhado (chovia e chorava), ela diz: "eu queria saber como é a saudade dos peixes"
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cheguei agora, ou fiquei esperando a chuva passar, não sei. enquanto chove posso ver de que as pessoas são feitas.
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